Por Daslan Melo Lima
PRÓLOGO
Eu estava lá, no Clube Internacional do Recife, cenário da eleição da Miss Pernambuco 1981, na noite de 17 de junho de 1981. Eu estava lá sem me dar conta de que seria testemunha de uma fase atípica do Miss Pernambuco-Miss Brasil. Um ano antes, os Diários e Emissoras Associados tinham deixado de patrocinar o evento e estava tendo início o que depois se convencionou chamar de “era SS”, uma vez que a direção do certame tinha passado para as mãos do apresentador Sílvio Santos, dono da TVS.
Naquela noite, Rita de Cássia Spencer Pedrosa, Miss São Benedito do Sul, foi eleita Miss Pernambuco, enquanto Virgínia Helena Gomes da Silva, Miss Clube Náutico Capibaribe, conquistaria o terceiro lugar. Detalhe que o público só tomou conhecimento dias depois: Virgínia Helena saiu do Clube Internacional com o convite para representar o vizinho Estado da Paraíba no Miss Brasil.
A primeira Sessão Nostalgia de maio de 2013, maio das mães e das noivas, tem a grata satisfação de focalizar Virgínia Helena Gomes, pernambucana do Recife, nascida em 15 de fevereiro de 1963, filha deJoão Gomes da Silva e Helena do Nascimento Silva, viúva do empresário Mário Sérgio Tavares, pai da sua única filha Vanessa Gomes Tavares.
A Miss Paraíba 1981 mora no Recife, onde lida com o comércio de artigos importados, e abriu seu coração para PASSARELA CULTURAL, através de entrevista exclusiva. Crédito das fotos: Arquivo de Virgínia Helena.
VALEU A PENA TER SIDO MISS
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Virgínia Helena Gomes, quarta colocada ano Miss Brasil 1981.
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PASSARELA CULTURAL - Quem você considerava a mais forte candidata ao título de Miss Pernambuco 1981?
VIRGINA HELENA GOMES - Eu! (Rsrsrs...)
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PC - Quem você considerava a mais forte candidata ao título de Miss Brasil 1981?
VHG - Adriana Alves de Oliveira, Miss Rio de Janeiro, que conquistou o primeiro lugar e acabou na quarta colocação no Miss Universo 1981.
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PC - Não houve o concurso Miss Paraíba 1981. Quem lhe convidou para representar aquele Estado no Miss Brasil?
VHG - Um grupo que estava encarregado de encontrar uma miss para representar a Paraíba no Miss Brasil. Não havia mais tempo de fazer um concurso na Paraíba, então o pessoal resolveu assistir ao concurso Miss Pernambuco e escolher entre as candidatas, lá mesmo, no Clube Internacional. Assim que terminou o concurso, onde concorri como Miss Náutico, tendo sido a terceira colocada, convidaram-me a ir no dia seguinte a São Paulo, concorrer ao Miss Brasil, representando a Paraíba, sem preparação nenhuma para isso, tipo no peito e na raça. (rsrsrs...). Fiquei em 4º lugar , enquanto Rita de Cássia, que havia ganho o concurso em Pernambuco, ficou em 5º lugar. Foram 26 candidatas, incluindo uma concorrente que ostentava a faixa de Miss Silvio Santos.
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PC - Você tem contato com alguma ex-colega de passarela?
VHG - Do Miss Pernambuco, Rita de Cássia Spencer Pedrosa e Elizabeth Dantas da Cruz Gouveia, respectivamente primeira e segunda colocadas no Miss PE, e até há algum tempo com Adriana Alves de Oliveira, Miss Brasil.
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PC - Você acompanha os noticiários sobre os atuais concursos de Misses?
VHG - Do Miss Pernambuco e do Miss Brasil, sim.
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PC - Qual a maior experiência de ter participado do concurso?
VHG - A maior emoção foi ter ido a São Paulo participar do Miss Brasil, sem conhecimento nenhum por lá, sem torcida organizada, de última hora, e ver o Anhembi inteiro gritando Miss Paraíba! Miss Paraíba ! Torcendo por mim espontaneamente.
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PC - O que mudou em sua vida depois do título de Miss?
VHG - Viagens pelo Brasil inteiro, notoriedade em minha cidade, auto confiança em minha carreira de modelo, muitas amizades, conhecimentos novos e muita emoção!
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PC - Você incentivaria sua filha a participar de um concurso de Miss?
VHG - Se ela quisesse muito, sim.
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PC - Seus pais incentivaram você a ser Miss?
VHG – Não.
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PC - Um desfile de moda do qual participou e que se tornou inesquecível:.
VHG - Para a loja Ele e Ela Modas, onde desfilei por três anos, um desfile realizado no Palácio do Campo da Princesas, sede do governo do Estado de Pernambuco.
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PC – Quem são suas misses inesquecíveis?
VHG - Mayana Neiva, Miss Paraíba 2003; Wilma Gomes, Miss Pernambuco 2007, Adriana Alves de Oliveira, Miss Brasil 1981; Natalie Glebova, Miss Universo 2005, e Rosanna Davison, Miss Mundo 2003.
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PC - Um motivo de arrependimento.
VHG - Não ter concorrido novamente ao Miss Brasil em 1983, como fez Adriana Alves de Oliveira em 1984, quando se tornou Miss Mundo Brasil (Miss Brasil World) e semifinalista no Miss Mundo 1984.
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PC - Um motivo de orgulho.
VHG - Ter mantido a minha dignidade em várias situações.
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PC - Na sua opinião, qual o diferencial, ou seja, qual a mudança maior nos concursos de Misses de 1981 para 2013? VHG - Em minha modesta opinião, acho que perdeu aquele sentido da moça de família que se destacava pela beleza e graciosidade. Era uma coisa tipo conto de fadas. Hoje em dia mudou, inclusive o jeito de andar, de desfilar na passarela, posar... As misses desfilam e posam como top models, com uma dose exagerada de sensualidade, como se estivessem concorrendo à próxima capa da revista Playboy. É diferente, sim. A essência mudou.-----
PC - Você é a favor de candidatas com "cara de boneca fabricada em série" , com intervenções plásticas em excesso e silicone? VHG - Não, no caso de misses não sou a favor da beleza que se pode comprar. Na minha opinião, miss tem que nascer bonita e ser bem cuidada. A beleza que se adquire com plásticas qualquer uma que tenha dinheiro pode comprar.
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